A POLÍTICA E A POLITICAGEM
Literatura
de cordel
Autor:
PAULO TARCISO
Caros
ouvintes vos peço
Atenção
uma vez mais
Para fazer
uma análise
Creio
interessa demais
O tema é
muito importante
Me escutem
por um instante
E saiba
como se faz!
Política e politicagem
A prática e a teoria
A
diferença é tão grande
Chega a
gente se arrepia
A beleza
da origem
É mesmo de
dar vertigem
A prática
do dia a dia.
O pai da
ciência política
Aristóteles
é seu nome
Maquiavel também
mostra
Ao
político ou governante
Como deve
governar
E ao povo
fez ensinar
Dar “Tchau” ao mau governante.
A política
e sua origem
Thomas Hobbes
avaliou
Era um
absolutista
Montesquieu
inaugurou
Três
poderes Separados
Pra um
governo organizado
Um grande
avanço marcou.
Para criar
nossas leis
O Poder Legislativo
Já pra nos
governar
Chama-se o Executivo
E para a
lei aplicar
Nos temos
que convocar
Judiciário é
preciso.
Em toda
sociedade
Precisa organização
Um povo,
cidade ou Estado
Ou mesmo
em qualquer nação
E preciso
existir leis
Para
governantes ou reis
Para lhes
dar direção.
Todo poder
vem do povo
E em seu
favor deve ser
Aplicada
qualquer lei
Sem nunca
se esquecer
Dos pobres e desvalidos
E dos
grupos de excluídos
Que em
toda terra há de ter.
Toda verba
aplicada
Em favor
da educação
Saúde e no
social
Pra toda a
população
Escola é
muito importante
Governo
pra ir avante
Ao professor dar atenção.
Como disse
Maquiavel:
Um
governante pra ser
Benquisto
pelo seu povo
Com ele vá
conviver
Morar em
sua cidade
Saber das
necessidades
Nunca, jamais, se esconder.
Eleições
com livre escolha
O povo assim livre é
Escolhe o
que lhe convém
Que tiver
mais fica em pé
A maioria
assim quis
Pra um
governo feliz
Se for
assim boto fé.
Ninguém
deve ser forçado
A não ser
pelo argumento
Mas sem
sofrer ameaça
De quem tá
fora ou tá dentro
Assim deve
ser a lida
De quem
pretende na vida
Do
sacerdócio um instrumento.
No Estado,
os Deputados
Cidade, os
vereadores
E em toda
federação
Tem também
seus senadores
Para o
povo defender
Os seus
reclames fazer
Ouvir os seus dissabores.
Toda verba
aplicada
Sem um
desvio sequer
Saúde e
educação
Sempre respeitando a fé
Sem nunca discriminar
O povo do
seu lugar
Sem dele
arredar o pé.
Mas isso é só teoria
A prática é bem diferente
Começa com
na eleição
Com tanta coisa indecente
Onde só
quem tem dinheiro
“Tem mais
luz no candeeiro”
Esse sim,
chega na frente.
O que tem boas idéias
E tem reta honestidade
Planos bons e competência
Demonstra capacidade
Fica
sempre a ver navios
Termina
sempre no “frio”
Ser eleito
é raridade.
Os que ganham com injustiça
Quando assumem
o poder
Esquecem o
que prometeram
E para
contradizer
Se moravam
no lugar
Vão embora
sem avisar
Pro povo
não aborrecer.
Empregam
toda família
Pelo menos
no papel
Altos
salários e só luxo
Pro povo só sobra o fel
Amargar
mais quatro anos
Se
arrepender do engano
Cidade
jogada ao léu.
Para
amansar revoltosos
Um festa vez em quando
Uma dupla
bem famosa
Uma ou
duas vez no ano
Aí o povo enganado
Diz: ô prefeito bom danado
Votar nele
é o meu plano!.
A verba da
educação
Some sem
destino dar
Aumento pro professor?
É difícil
ouvir falar
Corta é
gratificação
E não dar
explicação
Se alguém
quiser questionar.
Construir boas escolas
Pra que?
diz seu assessor
Que por sinal é de fora
Que antes
aqui não pisou
- E vai
preparar armadilha
Pra
arruinar tua vida?
Não faça
assim seu doutor!.
-Deixe o
povo ignorante
Sem ter boa educação
Diminui
logo a merenda
Isso é um
gasto mesmo em vão
Dois
biscoitos e um suco fraco
Pouca
comida no prato
É isso aí
meu patrão!.
Saúde é
paliativo
Médico, não
tem precisão
Já tem
remédio do mato
Não vou
gastar um tostão
Contrato
uns dois por semana
Vou
investir toda grana
Pra
comprar meu caminhão.
Pra
legalizar o desvio
Compra a
nota fiscal
Tem gente
que vende mesmo
Nunca vi
um se dar mal
Quando o Tribunal de contas
Rejeita toda
essa “monta”
Eu dou um
jeito legal.
Compro
toda “vereança”
Você já
viu minha gente!
É mentira
o que eu digo?
É ou não é indecente?
E se
alguém reclamar
Não chega
nem a se irritar
Pois dar
certo, infelizmente.
Se o
governo que saiu
Fez uma
obra bacana
Que pra
nós custou “dinheiro”
Custou
fortuna, uma grana
Novo
governo assumindo
Vai logo a destruindo
Jogando
tudo na lama.
Abandona
aquela obra
Para o povo esquecer
Daquele
que construiu
O nome
desaparecer
Não ficar
nem na memória
Riscando
até da história
E isso faz
com prazer.
Quando o
governante assume
Manda logo
ao assumir
Pintar todo prédio público
Com a cor
que ele decidir
Apagando o
que saiu
Mesmo a
lei não consentiu
Mas isso
faz a sorrir.
E o pior é o fardamento
Que logo
então é mudado
E pra quem
não votou nele
Se sente
logo humilhado
Vestir a cor do partido
Além de
ser um vencido
Tem que
ser escravizado.
Tem
governante que obriga
Nos tempos
de eleição
Funcionário
mesmo contra
Não dar sua opinião
Inda ter que aplaudi-lo
E se
preciso acudí-lo
Ainda
recebe um “não”.
É dinheiro na cueca
Dentro da meia, um milhão
Na pasta
já nem se fala
Desvio só
de bilhão
E quando
tem passeata
Em vez de jogar na mata
Levam nas
costas o “patrão”.
Mas a
coisa tá mudando
Mesmo
tarde ou devagar
Não vamos
com essas práticas
Aplaudir
ou concordar
E governo
autoritário
O povo não é otário
Um dia vai se acordar.
O Egito
deu lição
Expulsando um ditador
Vamos usar
nosso voto
E a voz tem muito valor
Não vamos
nos aquietar
Cidade ou
país mudar
O nosso tempo chegou.
Buíque, 13
de março de 2011
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